Me desculpem, mas em uma obra grandiosa como esta, com um grande investimento e fruto que puro Marketing, não poderia ser feita desta maneira. Se houve planelamento, foi feito de forma errada. Não mapearam as áreas criticas para reparos previos. Simplesmente rasparam e asfaltaram. É uma obra em cima de obra! Já fizeram rasgos para passar cabos, já fizeram consertos e em muitos casos a obra ainda nem foi dada como concluida.
RIO - Se um buraco incomoda muita gente, dois ou dezenas deles, criados por concessionárias de serviços públicos, incomodam muito mais - além de custar mais tempo e dinheiro. Lançada há um ano, a Operação Asfalto Liso, da prefeitura, estabeleceu como meta trocar a pavimentação de 165 ruas e avenidas da cidade a um custo de R$ 463 milhões. Mas, nos últimos meses, os operários têm dedicado tempo também para refazer o asfalto que acabou de ser substituído. Tudo para acertar o piso danificado ou tapar buracos abertos por CEG, Light, Cedae e empresas de telefonia e serviços de internet. Resultado: o que há pouco tempo tinha cara de novo já começa a ficar parecido com o velho e remendado asfalto que ainda predomina na cidade, sacolejando veículos e motoristas em várias ruas.
Somente a Cedae é responsável pela abertura de buracos em mais de 90% das ruas beneficiadas pela Operação Asfalto Liso. Ou seja, das 30 vias que receberam melhorias do município, 28 tiveram alguma intervenção da companhia. Uma dessas vias foi a Avenida Pastor Martin Luther King Jr, que cruza vários bairros da Zona Norte. No total, foram 13 buracos. Já na Estrada do Campinho, em Campo Grande, há registros de dez intervenções.
Do jeito que está, ficaremos com o mesmo asfalto cheio de buracos que tínhamos antes
- Do jeito que está, ficaremos com o mesmo asfalto cheio de buracos que tínhamos antes - concluiu a enfermeira Cláudia Maria da Silva Souza, que mora há 34 anos em Vicente de Carvalho, um dos bairros cortados pela Avenida Pastor Martin Luther King Jr.
Morador critica concessionárias O novo asfalto da Avenida Nossa Senhora de Copacabana e da Rua São Francisco Xavier, na Tijuca, também conheceu o poder das máquinas das concessionárias. Presidente da Sociedade Amigos de Copacabana, Horácio Magalhães afirma que as concessionárias não fazem um bom trabalho de recomposição do asfalto e das calçadas do bairro:
- Os reparos são inevitáveis, mas temos visto que as concessionárias fazem o trabalho de qualquer jeito. Pedras portuguesas de calçadas do bairro que tiveram que ser quebradas para algum serviço estão se soltando. Muitas vezes, a prefeitura tem que refazer tudo.
O médico João Carlos Tosin Lopes, de 64 anos, que mora na Rua São Francisco Xavier há quase 20 anos, considera que há alguma falha no planejamento dos serviços:
- De fato, acho que esta é a primeira vez que vejo um asfalto de melhor qualidade ser colocado. Acho que as concessionárias e a prefeitura poderiam ter um planejamento melhor, para evitar que a pavimentação seja danificada em tão pouco tempo.
Em nota, a prefeitura informou que, semanalmente, técnicos do município se reúnem com representantes das concessionárias e informam o cronograma de obras. O governo acrescentou que, antes de iniciar a Operação Asfalto Liso, no ano passado, informou às concessionárias que não seriam mais autorizadas obras programadas nas vias atendidas. Com isso, todas as empresas teriam que antecipar os serviços. Agora, "apenas obras emergenciais podem ser executadas", ou seja, "aquelas que podem colocar em risco o patrimônio público e transeuntes".
O presidente da Cedae, Wagner Victer, argumentou que o número de reparos feitos pela empresa nas vias beneficiadas pela Operação Asfalto Liso está dentro do esperado. Para Victer, o importante não é evitar que a pavimentação seja perfurada, mas manter a qualidade do asfalto após os reparos.
A Cedae não pode deixar de fazer os serviços porque o asfalto é novo. Além disso, para manter o padrão e a qualidade, nós deixamos tudo preparado para que a prefeitura faça a pavimentação. O que a prefeitura investe nós ressarcimos
- A Cedae não pode deixar de fazer os serviços porque o asfalto é novo. Além disso, para manter o padrão e a qualidade, nós deixamos tudo preparado para que a prefeitura faça a pavimentação. O que a prefeitura investe nós ressarcimos - assegurou.
Também em nota, CEG e Light informaram que refazem o asfalto quebrado, procurando manter a qualidade do pavimento. A CEG disse que "atua em parceria com a prefeitura para adequar o seu cronograma ao projeto Asfalto Liso". A empresa acrescentou que gastou, em 2010, cerca de R$ 7 milhões na recomposição de pavimentos. A Light informou que "todas as intervenções em vias públicas são realizadas de acordo com os processos de licenciamento dos órgãos da prefeitura". Segundo a concessionária, existem, no entanto, obras emergências que precisam ser feitas para "a normalização do sistema de distribuição e fornecimento de energia".
A Operação Asfalto Liso já trocou a pavimentação em mais de 200 quilômetros de vias. A expectativa da prefeitura é beneficiar mais 30 vias até o fim deste ano, chegando ao fim de 2012 com 165 trocas de pavimentação.
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