Encontrei um site muito legal na internet que fala da Grande Tijuca e para aliviar um pouco nossas preocupações resolvi postar e dividir com todos. É um pouco grande, mas acho que quem gosta da Tijuca vai apreciar. O endereço do site, para quem quiser pesquisar mais, está no final do texto.
Foto em preto e branco é de 1885 e aoutra foi tirada em 1998
Desde os primórdios da Cidade, sob influência de Mem de Sá, os Jesuítas receberam a Sesmaria de Iguaçu, que ia desde o que hoje é o Rio Comprido até o Bairro atual de Inhaúma. Logo de início os Jesuítas instalaram na parte mais próxima à cidade o seu primeiro engenho de cana-de-açúcar, que devido à construção de uma Ermida dedicada a São Francisco Xavier, passou a denominar-se de Fazenda de São Francisco Xavier. Posteriormente entre 1572 e 1583, a Sesmaria foi desmembrada e surgiram mais dois engenhos que foram denominados de: Fazenda de São Cristóvão e Fazenda do Engenho Novo, e o primitivo engenho passou a se chamar: São Francisco Xavier do Engenho Velho.
As terras deste primeiro engenho se estendiam para o norte da cidade até o Andaraí, que eram dois: Andaraí Grande, que começava na Estrada do Andaraí Grande, hoje Rua Barão de Mesquita e se estendia pelos atuais Bairros do Andaraí, Grajaú e Vila Isabel; e o Andaraí Pequeno que ficava entre a Praça Saens Peña e a região da subida da serra. O Andaraí Pequeno virou Tijuca ainda no século XIX e parte do Andaraí Grande foi incorporado à Tijuca nos recentes anos de 1970. Tijuca no início era a serra, a floresta e o pico. O nome de origem tupi: Ty-iuc, que significa líquido podre, lama, atoleiro e lameiro estava mais ligado ao outro lado da Serra, na Lagoa da Tijuca na Baixada de Jacarepaguá, que era de fato alagadiça e cheia de lama.
Donos de tantas terras os padres logo trataram de estender suas plantações cobrindo as sertanias cariocas com canaviais, e já no final do Século XVI, os engenhos de açúcar haviam substituído a mata nativa pela cana de açúcar. Assim surgiram grandes plantações cultivadas pelos índios e pelos escravos, ocupando a região da Sesmaria que daí ultrapassaram os limites da cidade chegando à Baixada Fluminense.
No entanto muito antes do Bairro já se faziam passeios à Serra da Tijuca, desde o século XVIII, iniciando na Rua Matacavalos, atual Riachuelo, passando pela Estrada de Mata-Porcos, hoje Rua Frei Caneca e continuando até o Bairro de Mata-Porcos, onde o caminho se bifurcava no local que atualmente é o Largo do Estácio: um seguia para a direita conduzindo a São Cristóvão, era o Caminho da Bica; o outro seguia para a esquerda, pelo Caminho do Engenho Velho, hoje Rua Haddock Lobo, passava pela Igreja de São Francisco Xavier e seguia pelo Caminho do Andaraí Pequeno, mais ou menos por onde hoje fica a Rua Conde de Bonfim, que levava ao Andaraí Pequeno.
Os Jesuítas nunca consentiram em dividir suas propriedades, embora nelas existissem inúmeras chácaras beneficiadas por particulares que se instalavam nas terras em troca de um pagamento anual, produzindo renda para a Companhia de Jesus. Com a expulsão dos Jesuítas do território brasileiro, em 1759, a estrutura territorial da região se transformou, todos os bens dos Jesuítas foram incorporados ao Fisco Real e seus sítios e chácaras postos à venda, fragmentando a região em diversas propriedades rurais.
Em 1760, foi introduzido no Rio de Janeiro o café e foi ele que permitiu a ocupação mais intensa da Tijuca. O clima ameno da floresta exercia verdadeiro fascínio no europeu e atraía para lá uma colônia de nobres, principalmente franceses que se dedicaram à plantação de café. Em 1838, a Tijuca passou a ser servida por transporte de tração animal, que facilitou o acesso à região. O que fez a região se transformar no Bairro da Tijuca, foi a conjuntura econômica a partir de 1840, com a cultura cafeeira do Vale do Paraíba, que trouxe para o Porto do Rio de Janeiro a cultura do café e parte da riqueza por ele gerada, fazendo com que a cidade se expandisse em todas as direções, surgindo novos Bairros na Zona Sul como: Glória, Catete, Flamengo, Laranjeiras e Botafogo e na Zona Norte: Catumbi, Rio Comprido, Estácio e a Tijuca.
Em 1870 a região foi considerada Zona Urbana, adquirindo melhores condições de transporte, água encanada, esgoto, iluminação. Em 1862 a Tijuca passou a ter transporte movido a vapor e em 1898 foi criada a primeira linha férrea movida a eletricidade: a Estrada de Ferro da Tijuca, desta estrada teve origem o nome Usina, para a parte situada no alto, próximo à Serra, devido à Usina Térmica ali localizada e que servia para alimentar as locomotivas.
A partir de então as chácaras começaram a desaparecer lentamente e teve início a abertura das ruas, que transformariam a paisagem da Tijuca, que se consolidou na primeira metade do Século XX como centro de toda a Zona Norte.
Grandes loteamentos permitiram a construção de mansões e casas em centro de terreno com quintal, nas ruas: Conde de Bonfim, Haddock Lobo; São Francisco Xavier; Barão de Itapagipe e Professor Gabizo. Surgiram também casas de aluguel, construídas aproveitando-se os lotes estreitos de grande profundidade, que geraram as vilas, habitadas por famílias de menos recurso, nas ruas: General Roca; Carlos de Vasconcelos; José Higino e Marquês de Valença.
Em fins do Século XIX, o bairro possuía diversas fábricas, algumas com até cem empregados e nelas fabricava-se: tecidos, roupa branca, chapéus, rapé, cigarros, cerveja, laticínios, conservas, gelo, papel e papelão. A Fábrica de Rapé e Tabaco se transformou na Fábrica Borel e deu origem ao Morro do Borel. A Companhia Cervejaria Hanseática se transformou na Fábrica da Brahma, que hoje já não está mais no Bairro.
No início do século XX, os morros da Tijuca começaram a ser ocupados, tendo surgido a primeira favela do Bairro: a do Morro do Trapicheiro, depois denominado Morro do Salgueiro; as Favelas do Borel e da Formiga surgiram logo depois. O Salgueiro teve a sua ocupação estimulada pelo próprio proprietário do Morro: o português Domingos Alves Salgueiro. As características do sítio permitiam compreender o surgimento das favelas, porque o bairro se situa num imenso vale, que possibilitou a ocupação das encostas que não eram valorizadas para a construção de moradias para as classe mais abastadas.
Durante os anos 30, 40 e 50, do Século XX a Tijuca deixou de ser local de residência das classes mais abastadas que passaram a ocupar a orla marítima, para ser ocupada por uma classe média formada de: funcionários públicos, militares, comerciantes e profissionais liberais de bom poder aquisitivo. O passado da Tijuca como local de moradia da elite, deixou no bairro a marca elegante e aristocrática que constituía um atrativo para a classe média que adquiriu um modo de vida e uma visão do mundo conservadora e criou uma identidade coletiva que possibilitou o uso da expressão "tijucanos". para caracterizar os moradores do bairro, coisa que não ocorreu em nenhum outro bairro.
Depois da Segunda Guerra Mundial até o final da década de 1960, ocorreu um florescimento da construção civil, primeiro na zona sul e depois na Tijuca, que proporcionou a construção de grande número de prédios de até quatro andares. Durante este período as mansões da Haddock Lobo e Conde de Bonfim foram sendo transformadas em pensões familiares, estabelecimentos de ensino ou clubes sociais. A Tijuca manteve-se por mais tempo com prédios de 3 e 4 pavimentos, que contrastava com o crescimento vertical de bairros da orla marítima como Copacabana que já possuía grande quantidade de edifícios mais altos.
A partir da década de 1960 a escassez de espaço originou a verticalização mais intensa, na Rua Pareto foi construído o primeiro prédio de dez andares do bairro e a partir daí os grandes edifícios tomaram conta das ruas mais importantes como: a Conde de Bonfim, a Haddock Lobo, a Antonio Basílio, a Desembargador Izidro e foi atingindo todo o bairro. Esta verticalização foi intensificada pela abertura dos túneis: Santa Bárbara e Rebouças, nos anos 60, que facilitou o acesso ao bairro e intensificou o fluxo de tráfego na região. Em 1976 foram iniciadas as obras do Metrô na Tijuca, que durariam seis longos anos de grandes incômodos, mas que hoje está totalmente incorporado ao cotidiano do tijucano e do bairro.
Dos bondes ao metrô, a Tijuca viu ocorrerem mudanças na sua paisagem e na vida de seus moradores, hoje junto com os edifícios, a Tijuca convive com a grande ocupação dos morros, que se intensificou bastante a partir dos anos 80 e faz com que atualmente mais da metade da população da Tijuca vive nos morros que circundam o bairro.
Texto e fotos extraídos de http://www.marcillio.com/rio/entijuca.html
As terras deste primeiro engenho se estendiam para o norte da cidade até o Andaraí, que eram dois: Andaraí Grande, que começava na Estrada do Andaraí Grande, hoje Rua Barão de Mesquita e se estendia pelos atuais Bairros do Andaraí, Grajaú e Vila Isabel; e o Andaraí Pequeno que ficava entre a Praça Saens Peña e a região da subida da serra. O Andaraí Pequeno virou Tijuca ainda no século XIX e parte do Andaraí Grande foi incorporado à Tijuca nos recentes anos de 1970. Tijuca no início era a serra, a floresta e o pico. O nome de origem tupi: Ty-iuc, que significa líquido podre, lama, atoleiro e lameiro estava mais ligado ao outro lado da Serra, na Lagoa da Tijuca na Baixada de Jacarepaguá, que era de fato alagadiça e cheia de lama.
Donos de tantas terras os padres logo trataram de estender suas plantações cobrindo as sertanias cariocas com canaviais, e já no final do Século XVI, os engenhos de açúcar haviam substituído a mata nativa pela cana de açúcar. Assim surgiram grandes plantações cultivadas pelos índios e pelos escravos, ocupando a região da Sesmaria que daí ultrapassaram os limites da cidade chegando à Baixada Fluminense.
No entanto muito antes do Bairro já se faziam passeios à Serra da Tijuca, desde o século XVIII, iniciando na Rua Matacavalos, atual Riachuelo, passando pela Estrada de Mata-Porcos, hoje Rua Frei Caneca e continuando até o Bairro de Mata-Porcos, onde o caminho se bifurcava no local que atualmente é o Largo do Estácio: um seguia para a direita conduzindo a São Cristóvão, era o Caminho da Bica; o outro seguia para a esquerda, pelo Caminho do Engenho Velho, hoje Rua Haddock Lobo, passava pela Igreja de São Francisco Xavier e seguia pelo Caminho do Andaraí Pequeno, mais ou menos por onde hoje fica a Rua Conde de Bonfim, que levava ao Andaraí Pequeno.
Os Jesuítas nunca consentiram em dividir suas propriedades, embora nelas existissem inúmeras chácaras beneficiadas por particulares que se instalavam nas terras em troca de um pagamento anual, produzindo renda para a Companhia de Jesus. Com a expulsão dos Jesuítas do território brasileiro, em 1759, a estrutura territorial da região se transformou, todos os bens dos Jesuítas foram incorporados ao Fisco Real e seus sítios e chácaras postos à venda, fragmentando a região em diversas propriedades rurais.
Em 1760, foi introduzido no Rio de Janeiro o café e foi ele que permitiu a ocupação mais intensa da Tijuca. O clima ameno da floresta exercia verdadeiro fascínio no europeu e atraía para lá uma colônia de nobres, principalmente franceses que se dedicaram à plantação de café. Em 1838, a Tijuca passou a ser servida por transporte de tração animal, que facilitou o acesso à região. O que fez a região se transformar no Bairro da Tijuca, foi a conjuntura econômica a partir de 1840, com a cultura cafeeira do Vale do Paraíba, que trouxe para o Porto do Rio de Janeiro a cultura do café e parte da riqueza por ele gerada, fazendo com que a cidade se expandisse em todas as direções, surgindo novos Bairros na Zona Sul como: Glória, Catete, Flamengo, Laranjeiras e Botafogo e na Zona Norte: Catumbi, Rio Comprido, Estácio e a Tijuca.
Em 1870 a região foi considerada Zona Urbana, adquirindo melhores condições de transporte, água encanada, esgoto, iluminação. Em 1862 a Tijuca passou a ter transporte movido a vapor e em 1898 foi criada a primeira linha férrea movida a eletricidade: a Estrada de Ferro da Tijuca, desta estrada teve origem o nome Usina, para a parte situada no alto, próximo à Serra, devido à Usina Térmica ali localizada e que servia para alimentar as locomotivas.
A partir de então as chácaras começaram a desaparecer lentamente e teve início a abertura das ruas, que transformariam a paisagem da Tijuca, que se consolidou na primeira metade do Século XX como centro de toda a Zona Norte.
Grandes loteamentos permitiram a construção de mansões e casas em centro de terreno com quintal, nas ruas: Conde de Bonfim, Haddock Lobo; São Francisco Xavier; Barão de Itapagipe e Professor Gabizo. Surgiram também casas de aluguel, construídas aproveitando-se os lotes estreitos de grande profundidade, que geraram as vilas, habitadas por famílias de menos recurso, nas ruas: General Roca; Carlos de Vasconcelos; José Higino e Marquês de Valença.
Em fins do Século XIX, o bairro possuía diversas fábricas, algumas com até cem empregados e nelas fabricava-se: tecidos, roupa branca, chapéus, rapé, cigarros, cerveja, laticínios, conservas, gelo, papel e papelão. A Fábrica de Rapé e Tabaco se transformou na Fábrica Borel e deu origem ao Morro do Borel. A Companhia Cervejaria Hanseática se transformou na Fábrica da Brahma, que hoje já não está mais no Bairro.
No início do século XX, os morros da Tijuca começaram a ser ocupados, tendo surgido a primeira favela do Bairro: a do Morro do Trapicheiro, depois denominado Morro do Salgueiro; as Favelas do Borel e da Formiga surgiram logo depois. O Salgueiro teve a sua ocupação estimulada pelo próprio proprietário do Morro: o português Domingos Alves Salgueiro. As características do sítio permitiam compreender o surgimento das favelas, porque o bairro se situa num imenso vale, que possibilitou a ocupação das encostas que não eram valorizadas para a construção de moradias para as classe mais abastadas.
Durante os anos 30, 40 e 50, do Século XX a Tijuca deixou de ser local de residência das classes mais abastadas que passaram a ocupar a orla marítima, para ser ocupada por uma classe média formada de: funcionários públicos, militares, comerciantes e profissionais liberais de bom poder aquisitivo. O passado da Tijuca como local de moradia da elite, deixou no bairro a marca elegante e aristocrática que constituía um atrativo para a classe média que adquiriu um modo de vida e uma visão do mundo conservadora e criou uma identidade coletiva que possibilitou o uso da expressão "tijucanos". para caracterizar os moradores do bairro, coisa que não ocorreu em nenhum outro bairro.
Depois da Segunda Guerra Mundial até o final da década de 1960, ocorreu um florescimento da construção civil, primeiro na zona sul e depois na Tijuca, que proporcionou a construção de grande número de prédios de até quatro andares. Durante este período as mansões da Haddock Lobo e Conde de Bonfim foram sendo transformadas em pensões familiares, estabelecimentos de ensino ou clubes sociais. A Tijuca manteve-se por mais tempo com prédios de 3 e 4 pavimentos, que contrastava com o crescimento vertical de bairros da orla marítima como Copacabana que já possuía grande quantidade de edifícios mais altos.
A partir da década de 1960 a escassez de espaço originou a verticalização mais intensa, na Rua Pareto foi construído o primeiro prédio de dez andares do bairro e a partir daí os grandes edifícios tomaram conta das ruas mais importantes como: a Conde de Bonfim, a Haddock Lobo, a Antonio Basílio, a Desembargador Izidro e foi atingindo todo o bairro. Esta verticalização foi intensificada pela abertura dos túneis: Santa Bárbara e Rebouças, nos anos 60, que facilitou o acesso ao bairro e intensificou o fluxo de tráfego na região. Em 1976 foram iniciadas as obras do Metrô na Tijuca, que durariam seis longos anos de grandes incômodos, mas que hoje está totalmente incorporado ao cotidiano do tijucano e do bairro.
Dos bondes ao metrô, a Tijuca viu ocorrerem mudanças na sua paisagem e na vida de seus moradores, hoje junto com os edifícios, a Tijuca convive com a grande ocupação dos morros, que se intensificou bastante a partir dos anos 80 e faz com que atualmente mais da metade da população da Tijuca vive nos morros que circundam o bairro.
Texto e fotos extraídos de http://www.marcillio.com/rio/entijuca.html
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